O termo Jamais Visto é algo um tanto quanto paradoxal para os tempos onde parece que já vimos de tudo. Seja esse "tudo" algo bom ou, em sua maioria das vezes aparentemente, ruim. Ainda assim, é um termo que levanta, de uma forma ou de outra, uma curiosidade, um questionamento que a princípio parece trivial, até se transformar em algo profundo. Se jamais vimos, então há algo a se descobrir? O quê? Talvez seja uma investigação onde os resultados irão se diferenciar a cada um que se propõe a essa jornada? Mais: uma jornada que, talvez, nunca tenha fim. Seu ponto final seria o enfim "Jamais Visto"?

Criado em 2019, Leves Passos é o projeto dos músicos e compositores Ayla Lemos e Felipe Couto, nomes que dividem experiências diversas no cenário musical do Ceará. Ayla Lemos, cantora, compositora e instrumentista, já trabalhou com uma variedade de artistas, incluindo Selvabeat, Fernando Catatau, Luiza Nobel, Adna Oliveira, Marta Aurélia, Clau Aniz, entre outros. Felipe, compositor multi-instrumentista e produtor, é um dos nomes por trás do prestigiado grupo de instrumental Astronauta Marinho, um dos mais importantes do cenário cearense na última década. Também já trabalhou ao lado de artistas como Vacilant, Maquinas, Fernando Catatau, Glamourings, Clau Aniz, Arquelano.

É a junção dessas experiências que torna o Leves Passos interessante: o resultado das absorções artísticas e inspirações das trajetórias de ambos artistas, gerando uma música que consegue partir de tantos gêneros, do eletrônico a música tradicional brasileira, passando pelo IDM, o post-punk e o rock de diversas vertentes.

O nome do álbum "Jamais Visto" é também inspirado no termo francês "jamais vu", que descreve a sensação de algo familiar que parece totalmente desconhecido. Esse sentimento ganha vida nas novas rotinas, nos novos modos de sentir a existência ao lado do incerto e da ausência. O álbum é uma ode às mudanças que nos cercam e à estranheza de senti-las.

A concepção musical e o processo criativo do álbum foram realizados à distância, através de interações digitais; como áudios de WhatsApp, beats, síntese sonora, colagens de samples e processamentos de efeitos digitais. Essas ferramentas moldaram esteticamente a sua escrita poética e sonoridade de Jamais Visto.

(EN)

The term 'Jamais Visto' ('never seen' in brazilian portuguese) is somewhat paradoxical in times when it seems like we've seen everything. Whether this 'everything' is good or, most of the time seemingly, bad. Still, it's a term that raises, in one way or another, curiosity, a questioning that at first seems trivial, until it becomes something profound. If we have never seen, then is there something to discover? What could it be? Perhaps it is an investigation where the results will differ for each person who embarks on this journey? Furthermore, a journey that perhaps never ends. Would its endpoint be the long-awaited 'never seen'?

Created in 2019, 'Leves Passos' is the project of musicians and composers Ayla Lemos and Felipe Couto, names that have diverse experiences in the music scene of Ceará, Brazil. Ayla Lemos, singer, songwriter, and instrumentalist, has worked with a variety of artists, including Selvabeat, Fernando Catatau, Luiza Nobel, Adna Oliveira, Marta Aurélia, Clau Aniz, among others. Felipe, a multi-instrumentalist composer and producer, is one of the names behind the prestigious instrumental group Astronauta Marinho, one of the most important in the Ceará scene in the last decade. He has also worked alongside artists such as Vacilant, Maquinas, Fernando Catatau, Glamourings, Clau Aniz, and Arquelano.

It is the combination of these experiences that makes Leves Passos interesting: the result of artistic absorptions and inspirations from both artists' trajectories, generating music that can encompass various genres, from electronic to traditional Brazilian music, ranging from IDM, post-punk, to rock in its various forms.

The album's name, 'Jamais Visto,' is also inspired by the French term 'jamais vu,' which describes the sensation of something familiar that seems completely unknown. This feeling comes to life in new routines, in new ways of experiencing existence alongside uncertainty and absence. The album is an ode to the changes that surround us and the strangeness of feeling them.

The musical conception and creative process of the album were carried out remotely through digital interactions, such as WhatsApp audio messages, beats, sound synthesis, sample collages, and digital effects processing. These tools aesthetically shaped the poetic writing and sound of 'Jamais Visto'.